Trabalhadora e vencedora. Duas palavras que descrevem dona Maria dos Prazeres de Oliveira Castro, mais conhecida por Dona Prazeres. Proprietária de uma doceira, a empresária fornece tortas maravilhosas e variados tipos de doces e salgados. Com uma equipe de mais de 30 funcionários, a empresa começou pequena e hoje adquiriu uma clientela fiel.
Antes do sucesso da empresa, dona Prazeres trabalhou como caixa e tesouraria de mercados. Os salgadinhos e os doces apareceram em sua trajetória por acaso. Há 35 anos, ela se separou e precisava ganhar dinheiro para sustentar três filhos. Foi então que ela decidiu entrar para o ramo. “Meu filho caçula na época tinha quatro anos e eu precisava fazer alguma coisa. Comecei então por necessidade e não por vocação”, lembra dona Prazeres que iniciou fazendo empadinhas.
Fiz a primeira fornada de empada para minha vizinha, Leide Amorim, que lanchava praticamente todos os dias, comprando na rua quando passava alguém vendendo. Foi ai que começou. Quando não tinha ela me pedia para fazer. Fiz, e logo em seguida, outros vizinhos foram pedindo e as vendas só aumentavam. Depois disso fomos vendendo de porta em porta. “Tudo era feito em casa por mim e por meus filhos. Eles me ajudavam demais”, comenta dona Prazeres e lembra que a propaganda era feita de boca a boca.
Além da empada, a produção já estava acrescentando coxinhas para revendas. Eram encomendas de padarias, cantinas de escola e na porta de casa também. “O negócio foi crescendo e ocupando todos os cômodos da casa; quando não deu mais, mudamos o ponto principal para a Caxangá, nº1.118, próximo à Caixa Econômica”, diz a empresária. Anos depois, em sociedade com a única filha, conseguiu abrir outra loja, em Piedade, localizada na Rua Rossini Roosevelt de Albuquerque, nº 14, após o Shopping Guararapes.
Dona de um empreendedorismo nato, não tira o olho de todo o processo dentro da empresa. “Como comecei o negócio sei todas as funções. Envolvo-me muito. Peco em administrar com o coração”, admite a empresária que possui o quadro de funcionários estável. “Tenho funcionários que estão comigo desde o começo. Adquiri um carinho e respeito muito grande por essas pessoas”. Dona Prazeres preza ainda pelo ambiente de trabalho e tenta deixá-lo da melhor maneira possível, seja emocional ou estruturalmente. “Todos possuem funções específicas para que corra adequadamente”, explica.
Possuidora de uma marca já consolidada no mercado, dona Prazeres se diz satisfeita com as conquistas. “Eu não tenho muito dinheiro, só consigo viver hoje melhor porque trabalhei e trabalho muito”, ressalta a empresária que atua de domingo a domingo, chegando antes das 8h para trabalhar. “Desde o início não foi nada fácil, eu não tinha hora. Ás vezes, os vizinhos chegavam às 23h e mesmo assim fritava coxinha. Mesmo de camisola eu nunca neguei”, diz dona Prazeres que lembra com carinho dessa época e da vizinhança. “Onde eu moro o pessoal me respeita muito. Gosto muito do meu bairro e sinto que a vizinhança gosta muito de mim”, fala gratificada.
“Consegui mais do que queria, mas não mais do que mereço. Acho que sou merecedora do que tenho porque renunciei demais durante a vida e vivo para trabalhar. Ninguém pode ter tudo. Eu morava num beco e hoje tenho uma casa muito melhor”, destaca o esforço feito por toda vida e reconhece agradecendo as ajudas que teve. “Agradeço a Deus e principalmente aos meus filhos que tanto me apoiaram. Abriram mão também de muita coisa. Antes de namorar tinham que mexer a massa”, emociona-se ao lembrar dos filhos trabalhando. “Passamos muitos apertos, mas sempre juntos. Hoje eu posso ajudar as pessoas e isso é muito gratificante para mim”.